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Escola Básica Municipal "Pedro I"
Prof.Fabiane Gregol - Informática Pedagógica

A gralha e as pombas
Todo dia, do alto de uma árvore, a gralha observava um pombal e percebia que o fazendeiro cuidava muito bem das pombas, alimentando-as com farta ração.
Tomada de inveja, a gralha pintou-se de branco, para se disfarçar, entrou no pombal como se fosse do bando e passou a imitar o som que as pombas faziam.
Durante algum tempo, as pombas não reconheceram a intrusa e a tomaram como uma irmã, afmirando-a. A gralha fartou-se o quanto pôde comendo a ração que ali era servida fastamente.
No entanto, certo dia em que se esqueceu do seu papel,
e movida por sua natureza, gritou como uma gralha que era;
as pombas não reconheceram e, com fortes bicadas,
expulsaram-na à força do pombal.
Sabendo que não poderia mais comer da deliciosa ração
das pombas, então voltou aflita para a torre da igreja,
que era o local onde vivia com
as outras gralhas antes de se disfarçar.
Porém, ao retornar, suas antigas companheiras
também não a reconheceram sob aquela plumagem branca
e ela foi expulsa da torre.
Desse modo, a gralha passou a viver sozinha,
enfrentando grande dificuldade:
abandonada sem abrigo e sem alimento.
(Fábula de Esopo, recontada por Adson Vasconcelos)





A pomba e a formiga

Forçada pela sede, uma formiga desceu até um riacho; arrastada pela corrente ela se viu a ponto de morrer afogada. Uma pomba que se encontrava em um galho de uma árvore viu a urgência: pegou um raminho da árvore, aproximou-se da correnteza e alcançou a formiga que subiu no ramo e se salvou. A formiga, muito agradecida, assegurou à sua nova amiga que se acontecesse alguma situação ela devolveria o favor, ainda que sendo tão pequena. A pomba não conseguia imaginar como a formiga poderia ser útil a ela. 
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros avistou a pomba e mirando-a com um rifle a ponto de matá-la, aguardava o momento certo. Vendo o perigo em que se encontrava a pomba, a formiga rapidamente entrou na bota do caçador e picou o seu tornozelo, fazendo-o soltar a sua arma. 
O rápido instante foi aproveitado pela pomba para levantar voo, e assim a formiga pôde devolver o favor à sua amiga.
(Teresa Guerra)

Moral da história: 
Sempre alguém pode ajudar ao outro,
mesmo que haja uma diferença enorme de tamanho.
Não se pode menosprezar a ajuda,
por pequena que possa parecer.





Reinações de Narizinho no Sitio do Pica-pau Amarelo

Numa casinha branca, lá no Sítio do Pica-pau Amarelo, mora uma velha com mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa lá pela estrada e a vê na varanda de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho pensando:
-Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia da mais encantadora das netas – Lúcia,
a menina do narizinho arrebitado,
ou Narizinho como todos dizem.
Narizinho tem sete anos, é morena como jambo,
gosta muito de pipoca e já sabe
fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos.
(Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho)